O meu primeiro dia de Hemodiálise

6.30 tocou o despertador.
Chegou o dia!
Chegou o momento que tanto receava...

Liga a minha mãe e lá vamos com o Daniel e Ana Jorge para o desconhecido ...

Uma viagem silenciosa ... algumas vezes interrompida com perguntas da minha mãe, que responder, custava mais que respirar de baixo de água.

No hospital, no 8º piso, encontro o Dr. Henrique, com quem já tinha falado sobre transplante. Recebeu-me com um rasgado sorriso e muito delicado. Disse aquelas palavras que queremos ouvir ...

Aguardamos mais um pouco, e tive oportunidade de conversar com uma senhora que tinha iniciado diálise há cerca de 1 mês e meio. Bocejou-me palavras de esperança e tentou acalmar-me a alma.

Entrei naquela sala fria, muito clara, a tremer. A tremer literalmente. E todas as enfermeiras, médicas, auxiliares foram de uma simpatia que não imaginava ser possível. Afinal aquilo é a rotina delas. Não tinham que ter tanta paciência para comigo, que estava a tremer a tremer... a tremer..

Sentar na cadeira de hemodiálise, ver aquelas máquinas todas, foi outro problema. Espetar as agulhas... nem custou muito.

Durante o primeiro 5 minutos esperei sentir alguma coisa má... mas nada aconteceu. Nada, mesmo nada. Apenas frio. Muito frio.

Durante o tempo da sessão pude jogar e estar ao telemóvel com o meu pai e com o Daniel. E as duas horas passaram. E bem.

A caminho de casa senti cansaço, sono. Mas não dormi.

Em casa, logo logo me bateram à porta, porque tinha encontrado um gatinho que gostariam que eu ajudasse arranjar dono. ;)


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